terça-feira, 29 de abril de 2014

Operadores Argumentativos

As conjunções ou operadores argumentativos são palavras ou expressões que são responsáveis pela ligação, pela coesão de duas orações. Outra função é mostrar a força argumentativados enunciados, a direção (sentido) para o qual apontam.
Portanto, ao fazer essa ligação, eles indicam que tipo de relação: causa e consequência, conclusão, oposição ou ressalva,  soma de duas ideias,  objetivo ou finalidade, e assim por diante.
Por isso, há vários tipos desses operadores argumentativos, que indicam argumentos diferentes e sentidos diferentes  no texto. Vejamos o esquema:
Período composto
Operador argumentativo indica:
João quer ir à escola...
...porque  quer ter uma profissão melhor.
porque indica  causa explicação ou justificativa.
... portanto  terá empregos melhores
portanto indica conclusão.
... mas  terá de se esforçar para aprender.
 mas indica argumento contrário, e mais forte.
... apesar de  trabalhar muito.
apesar indica ressalva, mas o seu argumento é mais fraco que o outro.
... para  ter um futuro melhor.
para indica finalidade, objetivo.
... se  tiver tempo.
 
se indica implicação (= relação de uma coisa com outra).
... quando  mudar para a cidade.
quando não indica argumento, mas tempo.
 
PRINCIPAIS OPERADORES ARGUMENTATIVOS
Operadores que somam argumentos a favor de uma mesma conclusão, isto é, eles indicama soma de duas ideias:  e, também, ainda, não só... mas também, além de..., além disso..., aliás...   Exemplo:
a) João é o melhor candidato: além de ter boa formação em Economia, tem experiência no cargo, e também não se envolve em negociatas.
Observe que além  de e e também dão ideia de soma. Somam as idéias de boa formação em Economia + não se envolver em negociatas.
Outro exemplo para melhor fixação do assunto:
b) João é o melhor candidato: a par de uma boa formação em Economia, também temexperiência no cargo; além de que, não se envolver em negociatas.
Novamente temos operadores - a par de, também e além de - que somam argumentos a favor de uma mesma conclusão.
 
Operadores que indicam a conclusão relativamente a argumentos apresentados em enunciados (= frases, orações) anteriores: portanto, logo, por conseguinte, pois, em decorrência,consequentemente...
Exemplo:
a) O custo de vida continua subindo bastante; as condições de saúde do povo brasileiro são péssimas e a educação vai de mal a pior portanto (= logo, por consequinte, consequentemente) o Brasil não é um país de primeiro mundo.
 
Operadores que indicam comparação entre elementos, com vista a uma dada conclusão:   mais... que, menos... que, tão... como, etc. Exemplos:
Antônio propõe:
_Vamos convocar Lúcia para redigir o contrato.
Jorge responde:
_ Márcia é tão competente quanto    Lúcia.
 
Operadores que indicam uma causa, justificativa ou explicação relativamente ao enunciado (= frase, oração) anterior: porque, que, já que, pois (=    porque), por causa de, por...
Exemplo:
Estou alegre porque fiz um bom exame.
Fiz isso por você.
Observação:
De acordo com Garcia (1988), legitimamente, só os fatos ou fenômenos físicos têm causa; osatos ou atitudes praticados ou assumidos pelo homem têm razõesmotivos ou explicações. Da mesma maneira, os primeiros têm efeitos; e os segundos, consequências.
 
Operadores que apresentam argumentos que indicam ideias contrárias, ou seja, operadores que ligam enunciados (= orações, frases) de sentido contrário, aqui temos dois grupos: 
Grupo A  : mas, porém, contudo, todavia, no entanto, etc;
Grupo B : embora, ainda que, posto que, apesar de (que),... 
Toda  oração que vem à direita dos operadores: mas, porém,contudo, todavia e no entanto sempre tem o argumento mais forte, o argumento que predomina. Exemplo:
 a) O candidato esforçou-se para causar boa impressão mas ele não foi selecionado.
Observe que o argumento que está à direita do mas  é o mais forte, podemos dizer que ele vence o argumento anterior.
 
É diferente, porém, o que acontece com os operadores: embora, ainda que, posto que, apesar de (que). Esses operadores admitem o outro argumento, colocando apenas uma ressalva. Por isso, o argumento introduzido por eles não predomina sobre o outro argumento. 
 Exemplos:
 
a) Embora o time tenha jogado bem, perdeu.
Mesmo trocando a ordem das orações, não mudaria o efeito de sentido.
b) O time perdeuembora tenha jogado bem.
 
Operadores que indicam o argumento mais forte de um enunciado (= frase, oração): até, mesmo, até mesmo, inclusive, pelo menos, no mínimo.
Exemplos:
a) A apresentação foi coroada de sucesso: estiveram presentes personalidades do mundo artístico, pessoas influentes nos meios políticos e até o Presidente da República.
b) O homem teme o pensamento como nada mais sobre a terra, mais ainda que a ruína emesmo mais que a morte. (Bertrand Russel) -  O filósofo usou o operador mesmo para indicar o que seria (para ele) o argumento mais forte neste enunciado.
c) O rapaz era dotado de grandes ambições; pensava em ser, no mínimo, prefeito da cidade onde tinha nascido.
 
Operadores que se distribuem em escalas opostas:  quase: o argumento indica maioria;apenas  (só, somente, poucos): o argumento aponta para a negação da totalidade.  Exemplos:
A maioria dos alunos estuda bastante: quase 80%.
São poucos os alunos que não estudam, apenas 20%.
 
Operadores que indicam uma relação de condição, de condicionalidade, de implicaçãoentre um antecedente e um consequente: se, caso. Exemplo:
 
Se o aluno estudar, (então) fará uma boa prova.
 A condição de o aluno estudar, implica numa boa prova.
 
Os operadores que indicam uma relação de tempo no enunciado: quando, assim que, logo que. no momento em que...
Exemplo:
a) Assim que Antonio chegar, peça para ele vir a minha sala.

Operadores que indicam finalidade, objetivo no enunciado:  para, para que, a fim de (que)...
Exemplo:
a)Eu estudo para entender melhor a minha profissão.
Eu estudo com que objetivo?com que finalidade?
 
 
COESÃO
Coesão  é microestrutural, ou seja, acontece nas frases, perto uma das outras. Ela estásempre marcada no texto. E fácil de vê-la. Há basicamente dois tipos de coesão:
a) a coesão por substituição, que é aquela que diz respeito ao modo como as palavras e as frases do texto substituem umas às outras .
 b) a coesão por ligação é como uma palavra liga uma frase à outra. Quem faz essa ligação e determinam a sua linha argumentativa são os operadores argumentativos.
Os principais elementos de coesão são quatro: a referência, a elipse,  a conjunção - cujos elementos são também chamados de operadores argumentativos e a coesão lexical.
 
Coesão referencial. É quando uma palavra remete a outra para ser entendida. Exemplos de coesão referencial: endófora- anáfora, catáfora exófora.
Endófora. A referência é endofórica quando o referente se acha expresso no próprio texto, é dividida  em: anáfora  e catáfora.
Anáfora: Ela acontece quando o referente precede o item coesivo.
Por exemplo:  Antônio saiu. Ele volta logo.
Catáfora: Ela acontece quando o referente vem após o item coesivo.
Por exemplo: João trouxe vários objetos: lápis, borracha, caneta, etc.
Exófora. Ela acontece quando a remissão é feita a algum elemento que está fora do texto.
   Por exemplo: Você está no [Português | Concurso]
   O referente "você" está fora da estrutura textual, ou seja, uma remissão exofórica.
 
   Coesão por elipse. É a omissão de uma palavra, uma frase ou parte de um texto, mas que facilmente entendemos qual seja. Exemplos:
Quero estudar para ter conhecimento. (eu não aparece, mas facilmente entende-se quem quer ter alguma coisa. Ele está elíptico. )
Queremos mais explicações.    (O pronome nós é quem está elíptico.)
 
 
COERÊNCIA
coerência é macroestrutural, ou seja, para que você possa achar um de seus elementos, deve ler o texto todo. Diferentemente da Coesão, ela pode, muitas vezes, estar oculta, subentendida, implícita.
Para que a textualidade aconteça, quatro fatores são necessários: a continuidade, a progressão, a articulação e a não-contradição.
 
A continuidade é a retomada de conceitos e ideias no decorrer do texto e ideias só podem ser retomadas por palavras...  Ela acontece pela repetição da mesma palavra por umsinônimo, por um pronome, por uma palavra da mesma área semântica do assunto principal do texto. José de Alencar, em Iracema, faz uma descrição da natureza, das coisas nacionais (Nacionalismo), pela continuidade. Observe o fragmento:
"Além, muito além daquela serra, que ainda azul no horizonte, nasceu Iracema.
Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe da palmeira.
O favo da jati não era doce como seu sorrisonem a baunilha recendia no bosque seu hálito perfumado.
Mais rápida que a ema selvagema morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu,onde campeava sua guerreira tribo da grande nação tabajara. O pé grácil e nu, mal roçando, alisava apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras águas."
 
A progressão é o outro lado da continuidade, ou seja, o texto deve continuar abordando o mesmo assunto, mas não pode ficar repetindo as mesmas informações, deve ir acrescentando novos dados, para que sua leitura não fique cansativa e seja útil, informativo para quem o lê e ter aceitabilidade. Essas novas informações é que fazem o texto progredir.
A articulação cuida da organização do texto todo harmonizando as partes que o compõem, estabelecendo, quando for o caso, relações de causa e consequência, oposição e assim por diante.
Este fator de coerência tem a ver como os fatos e conceitos apresentados no texto se encadeiam, como se organizam, que papéis exercem uns em relação ao outros, que valores assumem uns em relação aos outros.
Muitas vezes, pode acontecer que a articulação não está explicitada por palavras ou expressões, ou seja, por palavras de transição, mas a relação está implícita, subentendida. Um exemplo:
Em  “João não veio à aula. Está doente”. A relação causa/consequência não está explícita com o operador argumentativo porque, mas está implícita e pode ser entendida normalmente.
Outro exemplo:
Funcionários que recebem uma nova proposta de trabalho na qual não estão interessadosdevem evitar aquele joguinho de tentar leiloar-se para obter um aumento de salário ou uma promoção (consequência).
Observe a o uso da coesão referencial no texto abaixo.
A Mudança –
             Carlos D. de Andrade
O Homem voltou a terra natal e achou tudo mudado. Até a Igreja mudara de lugar. Os moradores pareciam ter trocado de nacionalidade, falavam língua incompreensível. O clima também era diferente.
A custo, depois de percorrer avenidas estranhas, que se perdiam no horizonte, topou com um cachorro que também vagava inquieto, em busca de alguma coisa. Era um velhíssimo animalsem trato, que parou a sua frente.
Os dois se reconheceram: o cão piloto e seu dono. Ao deixar a cidade, o homemabandonara Piloto, dizendo que voltaria em breve, e nunca mais voltou. O animal inconformado procurava-o por toda a parte. E conservava uma identidade que talvez só os cães consigam manter, na Terra mutante.
Piloto farejou longamente o homem sem abanar o rabo. O homem não se animou a acariciá-lo. Depois, o cão virou as costas e saiu sem destino. O homem pensou em chamá-lo, mas desistiu. Afinal, reconheceu que ele próprio tinha mudado, ou que talvez só ele mudara, e a cidade era a mesma, vista por olhos que tinham, esquecido a arte de ver.
 
REFERÊNCIA
Apostila do Curso de Linguistica Textual II. Prof. Ms. Celso Almiro Hoffman. UNIOESTE/NRE

segunda-feira, 28 de abril de 2014

SIGNIFICADO DAS PALAVRA: Tema da semana: Revoltas populares no Brasil

Chibata 

A Revolta da Chibata foi um movimento social ocorrido na cidade do Rio de Janeiro, no início do século XX. Entre os motivos da rebelião estão os severos castigos físicos que os marinheiros brasileiros sofriam como punição. As faltas mais graves eram punidas com chibatadas, chicotadas com chibatas, daí o nome do movimento social. O líder da revolta, João Cândido, ficou conhecido como o Almirante Negro, e foi quem redigiu a carta que reivindicava o fim dos castigos físicos e outras melhorias para os marinheiros.

 >>Definição do iDicionário Aulete: 
(chi.ba.ta)

sf.
  1  Vara fina e comprida, ger. de marmelo, ou de junco, cipó etc., para golpear e dirigir cavalgaduras, ou para castigos corporais; JUNCO; VERGASTA
  2  Bras.  P.ext.  Tira de couro, us. para bater; CHICOTE; LÁTEGO; VERGASTA
  3  Fig.  Castigo corporal, esp. com chibatadas
  4  Fig.  Situação de quem é oprimido ou de quem sofre tratamento ou castigos violentos: "O sonho de liberdade que Zumbi implantou na Serra da Barriga era também o sonho de inúmeros abolicionistas, que desfilavam em meio à aristocracia o desejo de ver o fim da chibata. Hoje os negros brasileiros esperam derrubar uma versão moderna da chibata. A versão da invisibilidade." (Oscar Henrique Cardoso, "Zumbi, comandante guerreiro da democracia", em http://www.palmares.gov.br/ (acesso em novembro, 2007))
  5  Bras. RJ  Cap.  Golpe em que o capoeirista, com uma das mãos apoiada no chão e após ter aplicado uma rasteira com uma perna, procura atingir o oponente com o pé, erguendo a outra perna com movimento em sentido contrário
  6  Bras. N.E.  Tabu  Pênis

 [F.: chibo 'cabrito de um ano'. Hom./Par.: chibata (sf.), chibatã (sm.); chibata(s) (sf.[pl.]), chibata(s) (fl. de chibatar).]


terça-feira, 25 de março de 2014

UEPG divulga calendário do Vestibular de Inverno 2014

Inscrições estarão abertas de 14 de abril a 15 de maio, exclusivamente pela internet; provas serão aplicadas nos dia 27 e 28 de julho.


 A Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) anuncia o calendário do Vestibular de Inverno 2014, aprovado pelo Conselho de Administração da instituição (Resolução nº 68 de 17/03/2014). As provas serão aplicadas nos dias 27 e 28 de julho, em Ponta Grossa, Apucarana, Cascavel, Castro, Guarapuava, Irati, Jacarezinho, Maringá, Palmeira, Paranaguá, Rio Negro, São Mateus do Sul, Telêmaco Borba e Umuarama.
As inscrições estarão abertas de 14 de abril a 15 de maio, exclusivamente pela internet, na página da CPS - Comissão Permanente de Seleção (www.cps.uepg.br/vestibular), órgão responsável pela organização e execução dos vestibulares e concursos realizados pela UEPG. A taxa de inscrição no valor de R$ 100 poderá ser recolhida até o dia 16 de maio, nas agências bancárias ou qualquer local integrado ao sistema de cobrança por aviso de compensação bancária.
O primeiro passo no sistema on-line para efetuar a inscrição pela internet é obrigatoriamente realizar o download do Manual do Candidato, para conhecimento de todas as condições e normas estabelecidas para a edição do concurso vestibular, do que se dará ciência e concordância por meio do pagamento da taxa de inscrição. No segundo passo, o candidato vai imprimir a ficha de inscrição que deverá ser apresentada no primeiro dia de provas, com a foto 3x4 e a fotocópia do documento de identificação colados.
No período de 21 a 27 de julho, a CPS divulgará também pela internet, os locais de prova e o ensalamento individual dos candidatos. No dia 27/7, será aplicada a prova de Conhecimentos Gerais e Redação; no dia 28/7, a prova Vocacionada, com questões de três disciplinas apenas, cuja composição depende do curso escolhido pelos candidatos. Os gabaritos oficiais do concurso serão divulgados no dia 29, às 17 horas. A relação de aprovados em primeira chamada será conhecida até o dia 12 de setembro.
Para a prova de Redação, a CPS informa sobre os novos gêneros de produção textual, que passam a ser explorados nos vestibulares da instituição, a partir deste ano. São eles: carta de reclamação; carta resposta à reclamação; texto de opinião dissertativo-argumentativo; notícia; e resumo. Para as questões de Literatura Brasileira, serão cobradas as leituras dos livros ‘Recordações do escrivão Isaías Caminha (Lima Barreto); ‘O aprendiz de feiticeiro’ (Mário Quintana); ‘O grande mentecapto’ (Fernando Sabino); ‘Quase memória, quase romance’ (Carlos Heitor Cony); e ‘Amor e outros contos’ (Luiz Vilela).
Mais informações no endereço www.cps.uepg.br/vestibular
por Neomil Macedo

sábado, 8 de março de 2014

UFPR 2014/2015 - Lista de obras literárias.


Lista de obras literárias indicadas para as questões de Literatura Brasileira
  • As questões de Literatura Brasileira versarão sobre as obras a seguir, selecionadas com o propósito de distinguir manifestações significativas no desenvolvimento de nosso processo literário;
  • Os textos serão abordados em função de seu momento cultural, sua situação na história da literatura brasileira e sua realização enquanto obra de arte literária;
  • Recomenda-se a leitura das obras integrais;
  • O conhecimento dessas obras supõe capacidade de análise e interpretação de textos, bem como o reconhecimento de aspectos próprios aos diferentes gêneros e modalidades que nelas se manifestam;
  • Entende-se que é necessário conhecer também o contexto histórico, social, cultural e estético que cerca a composição de cada obra;
  • Os candidatos poderão servir-se de qualquer versão integral das obras, independente da editora.