sábado, 16 de abril de 2011

O assassino era o escriba

Meu professor de análise sintática era o tipo do sujeito inexistente.
Um pleonasmo, o principal predicado de sua vida,
regular como um paradigma da 1ª conjunção.
Entre uma oração subordinada e um adjunto adverbial,
ele não tinha dúvidas: sempre achava um jeito
assindético de nos torturar com um aposto.
Casou com uma regência.
Foi infeliz.
Era possessivo como um pronome.
E ela era bitransitiva.
Tentou ir para os EUA.
Não deu.
Acharam um artigo indefinido na sua bagagem.
A interjeição do bigode declinava partículas expletivas,
conectivos e agentes da passiva o tempo todo.
Um dia, matei-o com um objeto direto na cabeça.

Paulo Leminski

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Literatura- Parnasianismo

Parnasianismo – a valorização da forma

         Enquanto a prosa realista representou uma reação contra a literatura sentimental e extremamente subejetiva dos românticos, a poesia do final do século XIX significou a rejeição total da linguagem declamatória e coloquial do Romantismo. Valorizando o emprego da palavra rara e da frase rebuscada, teve origem, nessa época, o Parnasianismo, movimento que fez do cuidado formal sua característica básica, freqüentemente em prejuízo da própria qualidade da expressão poética.
        
         Lendo o trecho seguinte, escrito por Olavo Bilac, um dos poetas mais festejados do período, você podera compreender o espírito que animou esse movimento.

Profissão de Fé


Invejo o ouvires quando escrevo:

Imito o amor

Com que ele, em ouro, o alto relevo
Faz de uma flor.

Torce, aprimora, alteia, lima
A frase; e, enfim,
No verso de ouro engasta a rima,
Como um rubim.
Quero que a estrofe cristalina,
Dobrada ao jeito
Do ouvires, saia da oficina
Sem um defeito.




Característica Marcantes do parnasianismo

1.      Preocupação formal que se revela na busca da palavra exata, caindo muitas vezes no preciosismo; o parnasiano, cofiante no poder da linguagem, procura descrever obetivamente a realidade.
2.   Comparação da poesia com as artes plásticas, sobretudo com a escultura.
3.   Atividade poética encarada como habilidade no manejo do verso.
4.   Frequentes alusões a elementos da mitologia grega e latina.
5.   Preferência por temas descritivos – cenas históricas, paisagens, objetos, estátuas etc.
6.   Enfoque sensual da mulher, com ênfase na descrição de sua características físicas.

Sintaxe

      A Divisão da sintaxe:
      a) Concordância: nominal e verbal.
      b) Regência { Verbal ;Nominal }
      c) Colocação.
     Análise Sintática:
Da Oração:
      1. Termos essenciais da oração: sujeito e predicado.
      a) Sujeito: simples, composto, indeterminado; oração sem sujeito.
      b) Predicado: nominal, verbal, verbo-nominal.
      c) Predicativo: do sujeito e do objeto.
      a) verbo de ligação;
      d) Predicação verbal: b) verbo transitivo (direto e indireto);
      c) verbo intransitivo.
      2. Termos integrantes da oração:
      a) complemento nominal;
      b) complemento verbal: objeto (direto e indireto);
      c) agente da passiva.
      3. Termo acessórios da oração:
      A rotina continua colocando as interjeições dentro das classes gramaticais. Elas são muito pouco gramaticais: deveriam ficar à parte como elementos psicológicos de grande valor, sem dúvida, mas não presos a uma classe de gramática.
      Este livro procura, na teoria, e na prática, fazer e ensinar a análise sintática. Não lógica.
      a) adjunto adnominal;
      b) adjunto adverbial;
      c) aposto.
      4. Vocativo
      II  Do período: tipos de período:
      1. Simples e composto.
      2. Composição do período: coordenação e subordinação.
      3. Classificação das orações:
      a) absoluta;
      b) principal;
      c) coordenada: assindética; sindética: aditiva, adversativa, alternativa, conclusiva, explicativa;
      d) subordinada; substantiva: subjetiva, objetiva (direta e indireta), completiva-nominal, apositiva, predicativa; consecutiva, concessiva, condicional, conformativa, final, proporcional e temporal.
      As orações subordinadas podem apresentar-se, também, com os verbos numa de suas FORMAS NOMINAIS; chamam-se, neste caso, reduzidas: de infinitivo, de gerúndio, de particípio, as quais se classificam como as desenvolvidas: substantivas (subjetiva etc.), adjetivas adverbiais (temporais etc.).
      Notas: 1. Coordenadas entre si podem estar quer principais, quer independentes quer subordinadas (desenvolvidas ou reduzidas).
      2.Devem ser abandonadas as classificações:
      a) de lógico e gramatical, ampliado e inampliado, completo e incompleto, total, parcial, para qualquer elemento oracional;
      b) de oração quanto à forma (plena, elítica etc.), quanto ao conetivo (conjuncional, não conjuncional, relativa).
      3. Na classificação da oração subordinada bastará dizer-se: oração subordinada substantiva (subjetiva etc.); oração subordinada adjetiva (restritiva, explicativa); oração subordinada adverbial (causal etc.).