quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Gramática no twitter

O twitter é um antro de erros gramaticais. Isso porque tudo é tão simultâneo que quem digita não presta atenção no que está escrevendo. Aí, no súbito da escrita, na rapidez da linguagem “virtual”, muitas pessoas não conferem os 140 caracteres e cometem erros por vezes perdoáveis, mas em sua maioria absurdos.
É claro que não estou me referindo à troca de letras (como exemplo, lteras = letras) e nem à questão de acentos, ou abreviaturas (Também= tbm ou tbn), uma vez que utilizar a acentuação no twitter já foi informalmente institucionalizado inútil. A questão dos equívocos ultrapassa peculiaridades da escrita urgente e representa algo muito maior: a falta de leitura, de conhecimento básico do básico e da importância de se escrever corretamente pelo menos o mínimo possível. Não me refiro à escrita rebuscada (extinta na web, amém) e nem àquela totalmente dentro das regras da língua portuguesa - isso até esse mero mortal que vos escreve não consegue fazer – mas, eu falo de algumas coisas bem basiquinhas.
Eis alguns exemplos, seguidos por um lembrete para refrescar a memória dos twitteiros equivocados.

Agente e a gente

A gente é uma forma popular de se referir à primeira pessoa do plural: nós. Exemplo:

A gente foi lá ontem.

Neste caso, as outras palavras devem seguir a concordância para o singular, mesmo que "a gente" expresse uma idéia coletiva e seja equivalente à primeira pessoa do plural: "nós".

Sempre escreva "A gente fez", "A gente foi", "A gente comeu", e nunca "A gente fizemos", "A gente fomos", "A gente comemos".

O plural será usado, é óbivio, se você usar a forma nós: "Nós fizemos", "Nós fomos", "Nós comemos", etc.

Já agente, sem espaço entre o "a" e o "gente", é um substantivo, uma palavra que designa uma pessoa que exerce determinada atividade: agente de viagem, agente de serviço, etc, com outros sentidos possíveis também.

Mas/Mais:

Mas: conjunção adversativa, equivale a porém, contudo, entretanto:
Ex.:A felicidade voa tão leve mas tem a vida berve.

Mais: pronome ou advérbio de intensidade, opõe-se a menos:
Ex.: Este é o curso mais caro da faculdade.

Onde/Aonde:

Onde: lugar em que se está ou que se passa algum fato:
Ex: Onde vai ser a festa?

Aonde: indica movimento (refere-se a verbos de movimento):
Ex: Aonde você vai domingo à noite?

Senão/Se não

Senão: sentido de “caso contrário”, “a não ser”.
Ex: Obedeça senão haverá problemas.

Se não: sentido de “caso não”.
Ex: Se não chover vou à missa.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Funções da Linguagem

Não custa nada relembrar, né?

Funções da Linguagem

Função Emotiva: está centrada no próprio emissor, na primeira pessoa do discurso (eu lírico). Expressa seus sentimentos, exterioriza suas emoções. Aparece nas frases exclamativas, nas interjeições na 1ª pessoa dos verbos e dos pronomes. Ex.: “Que me resta, meu Deus? Morra comigo A estrela de meus cândidos amores. Já que não levo no meu peito morto Um punhado sequer de murchas flores.” (Álvares de Azevedo)
Função Conativa (ou apelativa): está centrada no destinatário. Espera-se dele uma resposta ou uma atitude. A função conativa caracteriza-se por um apelo social. Aparece nas frases interrogativas, nas frases imperativas, nos vocativos, na segunda pessoa dos verbos e pronomes. É bastante utilizada na linguagem da propaganda. Ex.: Compre batom, compre batom!
Função Referencial: está centrada no contexto a que se refere, no fato em si. É uma linguagem de caráter informativo. Tal função aparece nas frases afirmativas, na linguagem jornalística, na linguagem técnica e científica, na linguagem dos livros didáticos e na de relações públicas. Ex.: “A Procuradoria Geral da República vai determinar hoje em Brasília a abertura de inquérito para investigar...”
Função Fática: está centrada no contato que se estabelece através de um canal entre o emissor e o receptor. Objetiva iniciar, prolongar ou interromper o processo de comunicação. Ex.: -Você está me escutando? -Claro, sem dúvida.
Função Metalingüística: refere-se ao próprio código. A metalinguagem é a linguagem através da própria linguagem, ou seja, ela explica ou comenta a si mesma. Palavras que explicam palavras, cinema que fala de cinema, teatro de teatro, poesia de poesia... tudo isso constitui metalinguagem. Ex.: -O que é metáfora? -Metáfora é uma comparação implícita, sem a presença do conectivo.
Função Poética: centraliza-se na própria mensagem. Caracteriza-se pela seleção vocabular na sua elaboração. Seu principal traço é o emprego das palavras em sentido conotativo (figurado). No plano lingüístico, tal função vem marcada pelos operadores poéticos, como as figuras de linguagem tanto na poesia como na prosa, o emprego de rimas, o ritmo etc.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

VERBOS II

Aspectos verbais
Além dessas flexões, o verbo também pode indicar aspecto, que é a expressão das várias fases de desenvolvimento do processo verbal (começo, duração ou resultado da ação). Um exemplo: você bebe água todos os dias – necessariamente, você precisa estar bebendo água ao usar este verbo no presente? Não, você pode estar desejando se referir à habitualidade com a qual faz essa ação. Já comentamos um pouco desses aspectos, ao revermos os tempos verbais.
Um outro exemplo, que já foi questão de vestibular: "Não furtarás" – o verbo está no futuro, quer dizer que só não poderei furtar no futuro? Desta forma, posso burlar esse mandamento divino e dizer que, no futuro, não furtarei, mas, no presente, eu furto. Claro, você, sabe que os “mandamentos” possuem valor de ordem, devem ser entendidos como se estivessem no Imperativo, ou seja, “Não furtes”, em tempo algum, certo?
Alguns aspectos verbais
1. Habitual ou freqüentativo: expressa hábito, freqüência.
Ele chegava por volta das 9 horas ao trabalho.
2. inceptivo ou incoativo: expressa o início do processo.
Ele começou a perder a paciência.
3. conclusivo ou cessativo: expressa o processo concluído.
Terminei minha graduação.
4. cursivo ou progressivo: expressa um processo que se prolonga no tempo.
Vivo com dor de cabeça.
3. Conjugação Verbal
Conjugar um verbo é flexioná-lo em modo, tempo, pessoa, número e voz. Dentro de um
contexto, iremos verificar qual a forma adequada para empregar o verbo. A conjugação está relacionada à chamada vogal temática: a/e/i.
Os verbos apresentam três conjugações:
1a conjugação: peg
2a conjugação: sab
3a conjugação: dorm
–a
–e
–i
- r.
- r.
- r.
O verbo pôr e seus derivados pertencem à 2a conjugação.
Os verbos podem ser primitivos ou derivados. São considerados primitivos: o presente do indicativo, o pretérito perfeito do indicativo e o infinitivo impessoal. Isso porque, a partir deles, conjugam-se os verbos nos outros tempos verbais.
Derivados do presente do indicativo:
1.pretérito imperfeito do indicativo
radical do presente + -ava, -avas, -ava, -ávamos, -áveis, -avam (verbos da 1ª conjugação)
= falar.
radical do presente + -ia, -ias, -ia, -íamos, íeis, -iam (verbos da 2a e da 3a conjugação) =
comer e partir.
fal + ava = falava
com + ia = comia
part + ia= partia
2. presente do subjuntivo
radical da 1a. pessoa do sing. do presente mais –e, -es, -e, -emos, -eis, -em (verbos da 1a
conjugação)
radical da 1a. pessoa do sing. do presente mais –a, -as, -a, -amos, -ais, -am (verbos da 2a e
da 3a conjugação).
fal + e = fale
com+a= coma
part+a= parta
A exceção fica por conta do verbo ESTAR que termina em AR mas faz o presente do
subjuntivo com a vogal temática A: Ela quer que eu esteja ( nunca: eu esteje ).
Falta o Imperativo, que também é derivado do Presente do indicativo. Será nosso assunto na
próxima aula.
Observe que os exemplos escolhidos trazem muitos verbos primitivos como o verbo ter
que terá seus derivados flexionados tal qual ele é flexionado. Assim, por exemplo, dizemos
“ele tem”, ele detém; apenas foi acrescido o prefixo formador de “deter” – esta regra só não
vale para os verbos requerer, que não é derivado de “querer”; ou o verbo prover, que não
será flexionado como o verbo “ver”, certo?