quarta-feira, 20 de julho de 2011

CLASSES GRAMATICAIS II

ADJETIVOS
Palavra variável em gênero, número e grau que caracteriza o substantivo ou qualquer palavra com valor de substantivo, indicando-lhe atributo, estado, modo de ser ou aspecto:

Ex: Tratava-se de um homem incompetente.
       Saíram num dia quente.

Classificação dos adjetivos:

  1. Simples: apresentam um único radical: momento inesquecível
  2. Compostos: apresentam mais de um radical: acordo luso-brasileiro
  3. Primitivos: não provêm de outra palavra da língua portuguesa: homem leal
  4. Derivados: provêm de outra palavra da língua portuguesa: homem desleal
  Os adjetivos não são empregados exclusivamente para atribuir qualidades aos substantivos – bom homem, funcionário incompetente -, mas também para atribuir características – livro verde, quadro da esquerda, para dar informações – livro que comprei na cidade – ou para restringir o alcance do significado dos substantivos – suco de laranja. Além do seu aspecto semântico, os adjetivos têm grande importância no desenvolvimento textual e é para esse aspecto que vamos dirigir nossa atenção neste capítulo.

AS FORMAS DOS ADJETIVOS
A  adjetivação pode assumir várias formas:
Ex:   livro verde (adjetivo) /  livro de política (locução adjetiva) /  livro que trata de teatro (oração adjetiva)
livrão (sufixação) /  livro agenda (substantivo)

A POSIÇÃO DOS ADJETIVOS
Os adjetivos podem aparecer antepostos ou pospostos:
Livro verde 
Bom livro  -  Em geral, os adjetivos antepostos apresentam maior carga subjetiva, são qualificações dos substantivos que acompanham,  dependentes das opiniões dos falantes:

Pobre homem
Grande sujeito -  Diferentemente, os adjetivos pospostos trazem carga objetiva, representando mais características dos substantivos , mas também podem representar qualificações, possivelmente de natureza mais universal:

v  homem pobre (homem que todos conhecem que é pobre)
v  homem grande (deixa de ser uma qualificação para ser uma característica)

OS TIPOS DE ADJETIVO
I.            As qualificações
O falante pode atribuir aos substantivos qualidades, que são traços dependentes de suas opiniões sobre o objeto adjetivado: livro interessante, bom livro, peça fantástica etc. Na dependência do tipo de texto em que estão inseridos, os adjetivos qualificativos podem vir explicitados ou não:

O restaurante era modesto e pouco freqüentado, com mesinhas ao ar livre espalhadas debaixo das árvores. Sobre as mesinhas um abajur de garrafa projetava sobre a toalha de xadrez vermelho e branco um pálido círculo de luz.”(Lygia Fagundes Telles)

O adjetivo modesto é uma qualificação do restaurante, que aparece explicada no restante do parágrafo; já o adjetivo pouco freqüentado, por não ser uma qualificação, mas uma informação sobre o restaurante, de caráter objetivo, não necessita de qualquer explicitação.
Nos textos publicitários, de claro caráter manipulador, geralmente os adjetivos qualificativos não aparecem explicitados, como se as qualidades atribuídas aos produtos anunciados tivessem caráter universal, ou seja, fossem evidentes para todos: Camisas Fernandinho, as mais elegantes do planeta!
Em alguns casos, a qualificação decorre da posição do adjetivo: pobre homem, grande livro, rico manancial etc.

II.            As características
O falante pode atribuir aos substantivos traços inerentes a essas realidades representadas pelos substantivos, como sua cor, sua forma, sua dimensão, sua posição, seu material etc: livro verde, livro quadrado, livro grosso, livro de cima, pasta de couro. Ao contrário das qualificações, presas à opinião do  falante, as características são dependentes da observação e, por isso mesmo, não vêm, geralmente, acompanhadas de explicitações. Nos casos em que as características atribuídas aos seres são vistas como estranhas, podem aparecer explicitações – as pedras escuras e brancas, pelo acúmulo de espuma da lavagem de roupa.
Para que fornecer características aos seres? As respostas podem variar, mas a mais evidente é a necessidade que temos de estabelecer diferenças entre seres idênticos: - Traga a pasta de couro - , quando dita a alguém pode levar a supor que há uma outra pasta que não é de couro. Às vezes, porém, uma característica pode ter valor de qualidade. Se digo, por exemplo, Traga a minha pasta de couro que está sobre a mesa, não havendo outra pasta no mesmo local, faz com que vejamos de couro não mais como característica, mas como qualificação da pasta. Por outro lado, as caracterizações dos seres podem estar ligadas a interesses lógicos do texto, como dar uma série de características representativas de luxo e riqueza para caracterizar não os objetos, mas indiretamente os seus donos.

III.            As informações
Algumas vezes damos aos substantivos de um texto dados que sabemos sobre eles, que não dependem nem de nossas opiniões, nem de nossa observação – livro de meu pai, roupa importada da Alemanha etc. As informações podem estar ligadas à intenção de qualificação do objeto – Ele estudou numa universidade francesa / Ele estudou numa universidade boliviana -; ou a necessidades do texto, como dar uma informação sobre um objeto que vai mais tarde incriminar alguém dentro de um romance policial.

IV.            As restrições
Esses adjetivos dão o tipo do substantivo a que se referem, restringindo o seu alcance significativo: Secretaria de Educação, funcionário do segundo andar, porta da sala etc.

Nenhum comentário:

Postar um comentário