Parnasianismo – a valorização da forma
Enquanto a prosa realista representou uma reação contra a literatura sentimental e extremamente subejetiva dos românticos, a poesia do final do século XIX significou a rejeição total da linguagem declamatória e coloquial do Romantismo. Valorizando o emprego da palavra rara e da frase rebuscada, teve origem, nessa época, o Parnasianismo, movimento que fez do cuidado formal sua característica básica, freqüentemente em prejuízo da própria qualidade da expressão poética.
Lendo o trecho seguinte, escrito por Olavo Bilac, um dos poetas mais festejados do período, você podera compreender o espírito que animou esse movimento.
Profissão de Fé
Invejo o ouvires quando escrevo:
Imito o amor
Com que ele, em ouro, o alto relevo
Faz de uma flor.
Torce, aprimora, alteia, lima
A frase; e, enfim,
No verso de ouro engasta a rima,
Como um rubim.
Quero que a estrofe cristalina,
Dobrada ao jeito
Do ouvires, saia da oficina
Sem um defeito.
Característica Marcantes do parnasianismo |
1. Preocupação formal que se revela na busca da palavra exata, caindo muitas vezes no preciosismo; o parnasiano, cofiante no poder da linguagem, procura descrever obetivamente a realidade. 2. Comparação da poesia com as artes plásticas, sobretudo com a escultura. 3. Atividade poética encarada como habilidade no manejo do verso. 4. Frequentes alusões a elementos da mitologia grega e latina. 5. Preferência por temas descritivos – cenas históricas, paisagens, objetos, estátuas etc. 6. Enfoque sensual da mulher, com ênfase na descrição de sua características físicas. |
Origem do Parnasianismo
Em 1978, ocorreu, em jornais cariocas, uma polêmica em versos que ficou conhecida como Batalha do Parnaso, em que a poesia romântica foi atacada. Em 1882, Teófilo Dias publicou seu livro de poesias, Fanfarras, considerado o marco inicial do Parnasianismo brasileiro. Começava, assim, um movimento de reação à poesia chorosa e extremanente sentimental do Romantismo.
A inspiração inicial do Parnasianismo veio da França, onde, em 1866, publicou-se uma antologia poética intitulada O parnaso contemporâneo*. No Brasil, os principais poetas parnasianos são Olavo Bilac, Alberto de Oliveira, Raimundo Correia e Vicente de Carvalho.
* Parnaso era o nome de um monte na Grécia consagrado a Apolo (deus da luz e das artes) e às musas (entidades mitológicas ligadas às artes).
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